23 de outubro de 2010

Algumas vantagens da direção espiritual

Hoje agradecemos à tecnologia da indústria automóvel a direcção assistida. É uma ferramenta que dá mais poder ao automobilista. Algo de semelhante sucede na direcção espiritual: o condutor permanece o mesmo e é ele quem decide a orientação a dar à sua vida mas conta com um apoio, um instrumento que lhe facilita a condução.

A direcção espiritual tem muitas vantagens. Aqui ficam algumas:

Em primeiro lugar, revela a intimidade ao próprio dirigido. Só quando pretendemos falar de nós mesmos, quando nos forçamos a exprimir como pensamos que somos, é que nos apercebemos do nosso interior e do que realmente somos. O exercício de falar periodicamente da nossa alma arranca a nossa intimidade de uma escuridão confusa e imprecisa.

Em segundo lugar, abre novas perspectivas. De acordo com aquilo que nós expomos ao director, e com aquilo que ele pergunta, reparamos em aspectos que nunca tínhamos considerado. Começamos a vislumbrar os motivos das nossas atitudes e reacções.

Em terceiro lugar, apresenta-nos metas a atingir. De acordo com o conhecimento, surge o amor. O amor àquilo que poderíamos fazer para a glória de Deus e para a salvação das pessoas com quem convivemos.

Por fim anima na luta. Apesar das metas propostas e desejadas até com ardor, a nossa fraqueza oferece a constatação de que devemos insistir e a direcção espiritual conforta-nos porque confirma e alenta. A alma que tem director conhece uma alegria maior nas dificuldades.

Por isso escreveu São Josemaria que «convém que conheças esta doutrina segura: o espírito próprio é mau conselheiro, mau piloto para dirigir a alma nas borrascas e tempestades, por entre os escolhos da vida interior. Por isso, é vontade de Deus que a direcção da nau esteja entregue a um Mestre, para que, com a sua luz e conhecimento, nos conduza a porto seguro» (Caminho 59)

Convém ter sempre muita estima pelos conselhos e orientações do director, não só ouvindo o que nos recomenda como também obedecendo prontamente às recomendações, ainda que estas não sejam dadas em carácter impositivo. O director não é tirano; dirige a nossa alma para o nosso bem. Dá conselhos, que devemos seguir prontamente, mas não ordena nada. Uma direcção espiritual em que o director dá ordens - ou manda impositivamente - não é nada saudável para o dirigido.

S. Josemraía Escrivá

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Em JMJ,
Grupo São Domingos de Gusmão.