24 de abril de 2011

Utilidades da Ressurreição do Senhor

Por Santo Tomás de Aquino

Do mistério da Ressurreição do Senhor podemos tirar quatro ensinamentos para nossa instrução:

1) Primeiro, que devemos nos esforçar para ressurgirmos espiritualmente da morte da alma, contraída pelo pecado, para a vida da justificação que se obtém pela penitência.

Escreve o Apóstolo: “Surge, tu que dormes, ressurge dos mortos, e Cristo te iluminará” (Ef 5, 14).

Esta é a primeira ressurreição da qual nos fala o Apocalipse: “Feliz o que teve parte na primeira ressurreição” (Ap 20, 6).

2) Segundo, que não devemos protelar esta nossa ressurreição da morte, mas realizá-la já, porque Cristo ressuscitou no terceiro dia.

Lê-se: “Não tardes na conversão para o Senhor, e não a delongues dia por dia” (Ecle 5, 8).

Porque estás agravado pela fraqueza, não podes pensar nas coisas da salvação, e porque perdes parte de todos os bens que te são concedidos pela Igreja, incorres em muitos males, perseverando no pecado.

Como disse o Venerável Beda, o diabo, quanto mais tempo possui uma pessoa, tanto mais dificilmente a deixa.

3) Terceiro, que devemos também ressurgir para a vida incorruptível, de modo que não mais morramos, isto é, que devemos perseverar no propósito de não mais pecar. Lê-se na Carta aos Romanos: “Assim também vós vos considereis mortos para o pecado, vivendo para Deus em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo, obedecendo-lhes as concupiscências; não exibais os vossos membros como armas de maldade para o pecado, mas deveis vos exibir a vós mesmos para Deus como vivos que saíram da morte” (Rm 6,9; 11-13).

4) Quarto, que devemos ressurgir para uma vida nova e gloriosa evitando tudo o que antes nos foi ocasião e causa de morte e de pecado. Lê-se na Carta aos Romanos: “Como Cristo ressuscitou de entre os mortos pela glória do Pai, também nós devemos andar na novidade de vida” (Rm 5,4). Esta vida nova é a vida da justiça, que renova a alma e a conduz para a glória. Amém.

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AQUINO, Santo Tomás de; Exposição sobre o Credo. São Paulo: Loyola, 1997, p. 56-57.

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