20 de setembro de 2011

O Papa e Roma

Nossa Senhora em La Salette, sobre os sofrimentos de Pio IX, caos e anarquia universal, disse:


"O Vigário de meu Filho terá muito que sofrer, porque durante algum tempo a Igreja será entregue a grandes perseguições. Será o tempo das trevas, e a Igreja passará por uma crise pavorosa.


Tendo sido esquecida a santa fé em Deus, cada indivíduo desejará guiar-se por si próprio e ser superior a seus semelhantes. Serão abolidos os poderes civis e eclesiásticos. Toda ordem e toda justiça serão calcados aos pés. Não se verá outra coisa senão homicídios, ódio, inveja, mentira e discórdia, sem amor pela pátria e sem amor pela família.


O Santo Padre sofrerá muito. Eu estarei com ele até o fim, para receber seu sacrifício. Os maus atentarão várias vezes contra sua vida, sem poder abreviar seus dias, mas nem ele nem seu sucessor... verão o triunfo da Igreja de Deus."


Sonho de São João Bosco sobre o Papa e o Vaticano


A gravidade destes anúncios é realçada pelas semelhanças com o sonho de São João Bosco, que se parece referir à mesma conjuntura histórica. O próprio santo comunicou-o ao Beato Papa Pio IX em 1873:


"Era um noite obscura, os homens não podiam mais discernir qual fosse a via a seguir para voltar a seus países, quando apareceu no céu uma luz esplendorosíssima que clareava os passos dos viajantes como no meio dia. Naquele momento foi vista uma multidão de homens, mulheres, velhos jovens, monges, monjas e sacerdotes, tendo à cabeça o Pontífice, sair do Vaticano enfileirando-se em forma de procissão.


Mas um furioso temporal, obscurecendo um tanto aquela luz, parecia se engajar na batalha entre a luz e as trevas. No meio tempo cheguei a uma pequena praça coberta de mortos e feridos, muitos dos quais pediam auxílio em altas vozes.


As filas da procissão rarefizeram-se bastante. Depois de ter caminhado por um período de tempo que corresponde a duzentos amanheceres, cada um se deu conta que não estavam mais em Roma. O desânimo apoderou-se do espírito de todos, e cada um se reuniu em volta do Pontífice para proteger sua pessoa e assisti-lo nas suas necessidades.


Naquele momento foram vistos dois anjos, que traziam um estandarte e foram entregá-lo ao Pontífice dizendo: Recebe o pendão d`Aquele que combate e dispersa os mais fortes exércitos da terra. Teus inimigos desapareceram, teus filhos imploram teu retorno com lágrimas e suspiros.


Levando o olhar para o estandarte, via-se escrito num lado: Rainha concebida sem mancha. E no outro: Auxílio dos cristãos.


O Pontífice tomou com alegria o estandarte, mas vendo o pequeno número dos que tinham ficado em volta dele, ficou aflitíssimo.


Os dois anjos acrescentaram: Vai logo para consolar teus filhos. Escreve a teus irmãos dispersos nas várias partes do mundo, que é necessária uma reforma dos costumes dos homens. Isto só se pode obter distribuindo aos povos o pão da palavra divina. Catequizai as crianças, pregai o desapego das coisas da Terra. É chegado o tempo, concluíram os dois anjos, de que os pobres serão evangelizadores dos povos. Os levitas serão rodeados pela enxada, a pá e martelo, para que se cumpram as palavras de David: Deus ergueu o pobre da terra para colocá-lo sobre o trono dos príncipes de teu povo.


Tendo ouvido isto, o Pontífice se pôs em movimento e as filas da procissão começaram a engrossar. Quando mais tarde colocou os pés na Cidade Santa, se pôs a chorar pela desolação na qual estavam os habitantes, muitos não mais existiam. Reentrando em São Pedro, entoou o Te Deum, e um coro de anjos respondeu cantando: Gloria in Excelsis Deo, et in terra pax hominibus bonae voluntatis.


Terminado o canto, cessou de fato toda obscuridade e se mostrou um sol fulgidíssimo.


Nas cidades, nas aldeias, nos campos, a população estava bastante diminuída. A terra parecia açoitada por um furacão, por enxurrada e granizo. E as pessoas iam um para outra comovida, dizendo: Há Deus em Israel. "


A abominação nos lugares santos


Voltando ao que disse a Santíssima Virgem:


"Os governantes civis terão todos um mesmo objetivo, que consistirá em abolir e fazer desaparecer todo princípio religioso para dar lugar ao materialismo, ao ateísmo, ao espiritismo e a toda espécie de vícios.


No ano de 1865 ver-se-á a abominação nos lugares santos. Nos conventos as flores da Igreja serão apodrecidas, e o demônio tornar-se-á como que o rei dos corações. Que os dirigentes das comunidades religiosas estejam atentos em relação às pessoas que devem receber, porque o demônio usará toda sua malícia para introduzir nas ordens religiosas pessoas entregues ao pecado, pois as desordens e o amor aos prazeres carnais estarão espalhados por toda a terra.


A França, a Itália, a Espanha e a Inglaterra estarão em guerra. O sangue correrá nas ruas, o francês combaterá contra o francês, o italiano contra o italiano. A seguir haverá uma guerra geral, que será horrorosa. Durante certo tempo Deus não se lembrará mais da França nem da Itália, porque o Evangelho de Jesus Cristo não será mais conhecido. Os maus estenderão toda sua malícia. Até nas casas as pessoas matar-se-ão e massacrar-se-ão mutuamente."


Os padres Corteville e Laurentin destacam a concordância dessas descrições com o espetáculo desolador da crise que atravessa hoje a Igreja Católica. Paulo VI chegou a qualificá-la de "processo de demolição" (alocução de 7/12/1968 aos alunos do Seminário Lombardo). O mesmo também observou que "por alguma fissura tenha penetrado a fumaça de satanás no Templo de Deus" (alocução de 29/6/1972).


Prudência nas datas


Quando se completaria esta primeira e grande apostasia e o subsequente castigo universal descrito em linhas gerais tão impressionantes?


Em matéria de profecias, as datas são em geral meramente indicativas e hipotéticas. Pois os fatos anunciados não se realizarão de modo absoluto, e estão condicionados à fidelidade ou recusa dos homens.


Por isso Mélanie dizia: "estas coisas acontecerão quando a desordem moral seja completa sobre a terra e o mundo esteja entregue às suas ímpias paixões", sem acrescentar datas.


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Notas


- Luis E. Dufaur - A aparição de La Salette e suas profecias (Comentários).
- René Laurentin - Michel de Corteville, Découverte du secret de La Salette, Paris, Fayard.
- Archivio Salesiano, Roma, (AS S132 Sogni 1). Também em: P. Giovanni Batista Lemoyne S.D.B., Memorie Biografiche del Venerabile Don Giovanni Bosco, Tipografia S.A I.D. Buona Stampa, Torino, 1917, vol. IX.

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