26 de outubro de 2011

Nudismo

Por Dom Antônio de Castro Mayer


Um problema de ordem moral e social sobre que a Igreja sentiu-se na necessidade de alertar os fiéis, é o da exigüidade dos trajes nos meses de verão, ou de permanência em praias ou casas de férias. Diz o aforismo que o bem se difunde por si – bonum est diffusivum sui. O mesmo pode afirmar-se do mal, o mau exemplo, a má ação, a malícia humana, fruto do pecado, suscita imitadores. E o mal se derrama, como as águas se expandem. A Sagrada Congregação do Concílio, encarregada da santificação dos fiéis, recorda-o continuamente, chamando a atenção sobre o pudor no vestir-se e apresentar-se:


Não somente nas praias e nos lugares de veraneio como praticamente por toda parte, nas ruas das cidades e nas aldeias, privada e publicamente, e com freqüência NAS PRÓPRIAS IGREJAS generalizou-se um vestir-se indigno e verecundo, que põe a juventude – facilmente inclinada ao vício – em perigo gravíssimo de perder sua inocência, máximo ornamento, o mais precioso, de sua alma e de seu corpo. O ornato feminino, se ornato pode chamar-se, e os vestidos femininos, se “vestidos podem chamar-se, quando nada apresentam que possa defender o corpo, e nem sequer o mesmo pudor” (Sêneca, DE bem. 7.9), com freqüência são tais que mais parecem servir à desonestidade do que ao pudor.


Acrescente-se a isto, que toda malícia e desonestidade, privada e pública, é procazmente apregoada nos periódicos, revistas e folhetos, ou apresentada aos maiores concursos de pessoas, oferecendo-lhes aos olhos, com uma movediça e cegante luminosidade, nos cinemas (alhures), de maneira que já não é somente a débil e incauta juventude, como também os de idade provecta se sentem atraídos pelas mais soezes solicitações. Não há quem ignore como, de tudo isso, decorrem grandes males e perigos para a moralidade. Surge, pois, a necessidade de que não somente se apresente a todos a formosura do pudor apresentada em sua própria luz, senão que se reprimam também e mesmo se proíbam, enquanto seja possível, as lisonjas e excitações dos vícios.


Enfim, lembremos o máximo orador romano: “Com freqüência vemos vencidos no ‘pudor’, aos que nenhum argumento poderia vencer” (Cícero, Tusc. UU, 21).


[Nudismo - Monitor Campista, 02/03/1986- Heri et Hodie, nº 35, novembro de 1986]


Fonte: Permanência

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