27 de novembro de 2011

O Advento

Os domingos que precedem a festa do Natal são os quatro domingos do Advento. Representam os quatro grandes períodos durante os quais Deus preparou progressivamente os homens do Antigo Testamento para a vinda do Salvador: o tempo de Adão até Noé  e de Noé até Abraão, de Abraão até Moisés e de Moisés até Cristo. Nestes períodos a imagem do Salvador, que Deus mesmo descrevera pela boca de seus profetas, tornava-se cada vez mais nítida, e a aspiração dos justos pela vinda do mesmo mais intensa. Após a vinda do Redentor já se passaram 2.000 anos. Contudo, o divino Salvador quer renascer espiritualmente na alma de cada cristão, para cumulá-la com a abundância de graças que lhe mereceu pela redenção. Quanto mais preparada para tal fim se encontrar uma alma, tanto maiores serão as graças que Jesus lhe concederá no dia do seu nascimento. É, por isso, vontade da Santa Igreja que os fiéis se recordem do estado em que jazia o gênero humano antes da vinda do Salvador, meditem sobre o que seria o mundo sem Jesus, excitem em si um verdadeiro desejo de recebê-lo dignamente em seus corações. 
É claro que se deve remover tudo que possa impedir a vinda do Salvador. O tempo do Advento é, pois, um tempo de desejo e penitência. 

Para ativar nos fiéis tais pensamentos, a Igreja, nos domingos do Advento, usa de cor roxa nos paramentos, suprime o "Glória" e o "Te Deum". Proíbe festas pomposas e casamentos solenes. 

Os evangelhos dos 4 domingos correspondem perfeitamente ao caráter desse tempo: O I domingo faz lembrar os horrores do juízo final; os do II e III. falam de João Batista, o precursor do Salvador, e que, por seu exemplo e sua pregação, preparou o povo para a vinda do Salvador. O evangelho do IV domingo indica ainda os obstáculos a remover para comemorar com as devidas disposições o nascimento de Jesus. 

Nesse tempo (8 de dezembro) celebra a Igreja a festa da Imaculada Conceição; é dia santo de guarda. Relembra que Maria Santíssima, pelos méritos de Jesus Cristo, foi preservada do pecado original. 

Na terceira semana ocorrem as têmporas do verão; são três dias de jejum (IVa. VIa. e sábado) que se observam ao começo de cada estação do ano e cuja origem remonta ao tempo dos apóstolos. Têm por fim: pedir perdão a Deus dos pecados cometidos durante a estação que acaba de passar; dar-lhe graças pelos benefícios recebidos, atrair bênçãos do céu sobre as ordenações sacras, que se realizam nestes duas, e invocar o auxílio divino, para viver mais cristãmente na estação imediata. Na VIa. feira das têmporas do Advento há jejum sem abstinência. 

Na vigília do Natal (24 de dezembro, dia de abstinência sem jejum) é a comemoração de Adão e Eva. Visa a Igreja lembrar, por meio desta instituição, que o Filho de Deus se fez homem para aniquilar o pecado, que dos primeiros homens passou para todo o gênero humano. Em muitos lugares existe o belo costume de, naquela noite, enfeitar-se a árvore de Natal. Simboliza ela, não só a árvore do paraíso da qual comeram, pecando, nosso primeiros pais, mas também a árvore da cruz, na qual o divino Salvador se imolou pelos pecados do mundo. As velas acesas, representam Jesus Cristo - a verdadeira luz do mundo; e as dádivas colocadas debaixo da árvore, os frutos da redenção. 

Fonte: História Sagrada do Antigo e do Novo Testamento.- Frei Bruno Heuser O.F.M..

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