29 de setembro de 2012

São Miguel Arcanjo (II)


A devoção a São Miguel e o pensamento da Igreja

Deus exalta os humildes e resiste aos soberbos, dizem as Escrituras Santas. Quer no Antigo, que no Novo, São Miguel foi sempre muito amado e venerado pelo povo de Deus. O Senhor o constituiu guarda e protetor da nação israelita, como se lê no profeta Daniel: "Surgirá Miguel, grande Príncipe, que guardará o teu povo" (Daniel 12, 1). 

E quando da tomada da cidade de Jericó, São Miguel aparece a Josué e diz-lhe: "Eu sou o chefe dos exércitos do Senhor". Caindo Josué por terra, exclama: "Que manda o Senhor ao seu servo?" Retorqui-lhe o arcanjo: "Todos os homens de armas marcharão em torno da cidade uma vez por dia, durante seis dias; no sétimo, os sacerdotes seguirão à frente da Arca da Aliança, após o toque das sete trombetas. Logo que o som das trombetas, prolongado e nítido, ressoe aos vossos ouvidos, todo o povo soltará gritos clamorosos; nessa altura as muralhas da cidade desmoronar-se-ão e o povo penetrará nela cada um no lugar à sua frente."

E ao falar dos séculos futuros e sobretudo do que há de acontecer perto do Juízo final, o Anjo enviado por deus ao Profeta Daniel, diz-lhe estas palavras: "Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande príncipe que protege os filhos do teu povo. Será este um período de angústia tal, que não terá havido outro semelhante desde que existem nações até àquele tempo. Ora dentre a população do teu povo, serão salvos os que se encontrarem inscritos no Livro da vida eterna"(Daniel 12).

As intervenções de São Miguel em favor do povo de Deus, quer no Antigo, quer no Novo Testamento, motivaram da parte da Igreja, desde o princípio, uma especial veneração por este arcanjo que ela sempre considerou e honrou com um culto especial, como guarda e protetor da família divina no seu peregrinar por este mundo até à casa do Pai. Em documentos oficiais dos Sumos Pontífices e de modo especial no culto litúrgico, Miguel é honrado como protetor e guarda da Igreja e como padroeiro dos agonizantes; também é ele quem introduz as almas dos que deixam este Mundo, junto do Trono de Deus para o julgamento. A Igreja de que ele é o Protetor e guarda defensor da família divina que somos nós, os cristãos, invoca-o como advogado de devesa na vida e na hora da morte. 

***
Desfraldai o estandarte do ilustre Arcanjo, repeti o seu grito: "Quem é como Deus?" (Pio XII em 8 de maio de 1940). 

O pensamento da Igreja, a família de Deus, no Novo Testamento, acerca da ação de São Miguel em serviço deste povo, como encarregado do Altíssimo para o defender e guardar, está bem patente na liturgia universal segundo aquela norma consagrada: "LEX ORANDI, LEX CREDENDI", isto é, a lei que rege a oração oficial da Igreja, aprovada pelo Sumo Pontífice, é a lei que rege a nossa crença. 

A Igreja, ao estabelecer uma festa litúrgica com Missa e ofícios próprios para todo o mundo cristão, não nos pode enganar em matéria de fé. Os Soberanos Pontífices, quando nas suas cartas encíclicas nos falam deste ou daquele assunto relacionada com a fé e a moral cristãs, devem também ser escutados e seguidos, pois são o eco do pensar de toda a tradição apostólica, dos padres e doutores da mesma Igreja que interpretam com a assistência divina as Sagradas Escrituras; o mesmo se deve dizer das orações para a Igreja Universal aprovadas pela competente autoridade eclesiástica. 

Além de outros documentos sobre são Miguel, dos Papas antigos, Sua Santidade João Paulo II na visita de 24 de maio de 1987, ao santuário de São Miguel, no Monte Gargano, na Itália, fez um discurso. Não é uma encíclica, mas mostra-nos o pensar da Igreja sobre a atualidade dos culto ao Príncipe e grande Chefe dos Anjos, no mundo hoje. 

Após o encontro com a população, João Paulo II realizou uma breve visita ao Santuário de São Miguel Arcanjo, templo ali construído para recordar as quatro aparições de São Miguel numa gruta da localidade, nos anos 490, 492, 493 e 1656. 

Sua Santidade João Paulo II faz eco neste discurso daquilo que os últimos Pontífices têm dito ao povo cristão para que recorra a São Miguel, nesta luta tremenda entre as forças do bem e do mal, chefiadas, respectivamente, pelo glorioso Arcanjo chefe dos exércitos do Deus altíssimo e satanás, chefe dos demônios, os anjos caídos. O triunfo final e completo será de São Miguel com os seus Anjos, como dizem as Escrituras Santas, que pelejaram contra o dragão, o diabo e os seus seguidores, precipitando-os para sempre nos abismos infernais. 

Sua Santidade Pio IX, de gloriosa memória, escreveu: "São Miguel é quem tem maior capacidade para exterminar as forças malditas, filhas de satanás, que juraram a ruína da sociedade cristã". Sua Santidade São Pio X, disse em 18 de setembro de 1903: "Deus, na primeira luta, venceu, servindo-se do Arcanjo São Miguel; devemos, portanto, acreditar firmemente que a luta atual terminará triunfante e também como outrora com o socorro e ajuda deste arcanjo bendito".

Foi por estar convencido da realidade desta terrível luta final, que o predecessor de São Pio X, o grande Papa Leão XIII, mandou que obrigatoriamente no fim de todas as Missas celebradas, os sacerdotes rezasse a oração a São Miguel que ele mesmo compôs e fez publicar com a data de 29 de setembro de 1891. Esta oração já não é obrigatória no final da Missa, com as novas reformas litúrgicas; mas não está proibida e pode rezar-se em outras ocasiões em público e em particular. Muitos sacerdotes, e simples fiéis, tomaram a iniciativa de a rezar no final do terço, no fim do Angelus, etc. É muito louvável este costume. 

A imprensa mundial tem relato, nestes últimos anos, o segredo até pouco oculto que motivou o mandato de Sua Santidade Leão XIII para a reza oficial a São Miguel Arcanjo: o Papa, quando dava a sua ação de graças na Missa, viu, em determinado dia, a terra ser inundada por nuvens sombrias de espíritos infernais. Terá ouvido mesmo a discórdia entre satanás com Jesus Cristo, dizendo-lhe que lhe desse mais tempo e ele destruiria a Igreja. 

- Terá o tempo que pedes, depois faremos contas, respondeu Jesus. Leão XIII, iluminado por Deus, compreendeu que era a São Miguel que o Senhor havia reservado a honra de precipitar novamente no abismo a satanás e aos outros espíritos malignos. 

A oração composta por Sua Santidade anda ainda de boca em boca e é rezada por milhões e milhões de cristãos a cada dia: 

"São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, cobri-nos com o vosso escudo contra os embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém."

O mesmo Pontífice compôs, ainda, um exorcismo contra satanás e os anjos rebeldes que tem o seu nome - Exorcismo de Leão XIII, e que nos mostra a ação nefasta do maligno, nos nossos dias, e como é necessário recorrer à poderosa intercessão da Virgem Maria e de São Miguel, no ataque contra as forças do mal, quer se trate de males físicos como da alma. Inimigo dos homens, satanás tem inveja deles e ainda quando parece ajudá-los favorecendo-lhes um vida de dinheiro, sensualidade e sorte, é sempre tendo em mira a sua condenação eterna. 

Sua Santidade Pio XI recomendou que se pedisse a Deus, por intercessão de São Miguel, a conversão da Rússia. 

O Papa Pio XII, conhecido como Pastor Angélico, proclamou em 8 de maio de 1940, que "era urgente hoje, mais do que nunca, recorrer à proteção de São Miguel, lembrando que ele é o protetor e o defensor da Igreja e dos fiéis, o guardião do Paraíso, o apresentador das almas junto de Deus, o Anjo da Paz e o vencedor de satanás." E no dia 8 de maio de 1945, fez novamente este apelo: "Soltai o estandarte do ilustre Arcanjo, repeti o seu grito: Que é como Deus?" E perante as ofensivas maçônicas, o ilustre Pontífice designou São Miguel como o modelo e o protetor da Ação Católica. Perante tais exemplos e apelos, vindos de tão alto, recorramos a São Miguel cheios de confiança. 

Fonte: Livro: São Miguel, Príncipe dos Exércitos Celestes - Editora Divina Misericórdia. 

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