12 de maio de 2011

Sobre a Infalibilidade Papal‏

A infalibilidade papal só é formalmente exercida quando o Papa fala ex-cátedra.


As condições para a infalibilidade, de acordo com o dogma definido pelo Concílio Vaticano I, em 1870, são quatro:


1) Que se pronuncie sobre Fé e Moral;
2) Que queira ensinar a toda Igreja;
3) Que se pronuncie e tenha a intenção de pronunciar com a autoridade e o poder concedido por Nosso Senhor Jesus Cristo a São Pedro e a todos os sucessores deste;
4) Que defina uma verdade e que condene o contrário dela, e que proíba que seja ensinado o contrário do que foi definido. Também quando apenas condena-se os erros principais de uma seita ou heresia com anátemas para aqueles que os professem.


Tenha‑se consciência, antes do mais, de que uma definição papal nunca é imposição de alguma nova sentença. Em outros termos: as definições não são senão a formulação explícita e solene de verdades de fé e costumes (moral) já existentes na Cristandade que foram transmitidos, ensinados por Nosso Senhor Jesus Cristo ou ainda verdades implícitas que foram clarificadas pelo Espírito Santo para serem definidas e declaradas.


O motivo pelo qual se dá essa formulação solene é, geralmente, o surto de alguma heresia que tente negar ou diminuir a sentença em foco. (Vide Concílio de Nicéia; Concílio de Éfeso; Concílio de Latrão V;Concílio de Trento)


No caso dos concílios, só são infalíveis quando isso é expresso e seguindo as quatro condições acima, e por isso estes são referidos geralmente como concílios dogmáticos.


Os documentos do Concílio Vaticano II, apesar de ser um concílio universal, não devem ser considerados como dogmáticos, pois os papas antes e durante e após o Concílio fizeram claras afirmações de que não queriam proclamar dogmas, pelo contrário, queriam um concílio pastoral. Diante disso não se deve dizer que através dos bispos conciliares (CVII) pronunciou-se a doutrina universal da Igreja, e por isso o que eles disseram deve ser aceito como dogma da doutrina universal. Isso é falso. Mesmo que de fato tenham constituído uma representação da consciência eclesiástica da fé, é preciso levar em conta sobretudo a vontade deles de não definir nada, e reconhecer esse critério como decisivo e perene.


Mas por que não quiseram definir nada em forma dogmática? Pelo simples fato de que se o Papa se declarasse como infalível, poria termo ao diálogo com o mundo moderno e outras religiões, principalmente protestantes, cismáticos orientais, judeus e muçulmanos.


Os liberais semearam um especial ódio ao dogma da infalibilidade papal e às aparições de Nossa Senhora em La Sallete, Lourdes e Fátima.


Em 1870, Quando o dogma da infalibilidade foi definido pelo Papa Pio IX no Concílio Vaticano I, a mídia liberal, os padres e bispos liberais, principalmente na França, fizeram de tudo para ocultá-lo. Nessa época já havia ocorrido as aparições de Nossa Senhora em La Sallete e em Lourdes. Em La Sallete, Ela tinha avisado a Maximin e Mélanie que o papa havia muito de ser perseguido e que ele devia tomar cuidado com Napoleão III, que mais tarde tiraria as tropas a serviço do Papa na Itália, deixando aberta a porta para que os liberais de Garibaldi e Conde Cavour criassem um único país, com os territórios da península. Assim aconteceu, e Pio IX teve que suspender o Concílio.


Enfim, houve uma ampla aceitação do Concílio Vaticano II, que era para ser uma continuação da obra de Pio IX, mas isso nem de longe assegura sua ortodoxia.


É evidente que muito dos documentos são ambíguos e certas afirmações parecem negar ou pelo menos diminuir algumas verdades de fé, e por isso não é obrigatório levá-los a sério. Outros documentos como a Constituição Dignitatis Humanae, rompem totalmente com a Doutrina do Reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, que foi tantas vezes reiterada pelos papas após a Era de Terror de 1789. Houve um claro rompimento com os costumes e as regras, e isso mesmo afirmou Cardeal Ratzinger, que foi um perito do Concílio, afirmou ser a Gaudium et Spes uma espécie de Anti-syllabus*.


O Concílio Vaticano I no século XIX condenou as filosofias modernas, a fenomenologia e o racionalismo (já estavam a muito adentrando os seminários), declarando anátema (excomunhão).


Ainda em grande parte dos seminários, os livros dos santos doutores, especialmente de São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, estão cheios de pó, enquanto Sartre, Foucault, Lévi-Strauss, Heidegger, Gustav Jung, Kant, Leibnitz, Fichte, Piaget, Leonardo Boff e até Marx são ensinados a rodo.


"Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si." (II Timóteo 4,3)


*Syllabus Errorum, em latim, 'lista dos erros'. Foi uma lista que enumera e condena os principais erros da época.


Naturalismo moderado e radical;
Racionalismo moderado e radical;
Liberalismo moderado e radical;
Panteísmo (ateísmo, divindade do mundo material);
Indiferentismo;
Latitudinarismo;
Sociedades secretas (illuminati, maçonaria, rosa-cruz...);
Sociedades bíblicas (Nova Exegese);
Sociedades clérico-liberais;
Socialismo;
Comunismo;
Erros sobre a sociedade civil e sua relação com a Igreja;
Erros que contrariam os direitos da Igreja;
Erros contrários a dignidade do matrimônio cristão;
Erros contrários ao poder civil do Supremo Pontífice (Estado Papal);


A lista vem ao final da carta encíclica 'Quanta Cura' sobre os erros da época. Como se trata de uma reiteração da Divina Tradição e condenação concisa e objetiva de erros contra esta (Fé e Moral) deve-se aceitá-la como infalível.

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